sexta-feira, 28 de maio de 2010

Alterações

Fiz algumas alterações na minha lista de clássicos. Ficou assim:

1) Cem anos de solidão - Gabriel Garcia Marquez (lido)
2) Olhai os Lírios do Campo - Erico Verissimo (lido)
3) Crime e Castigo - Dostoiévski (lendo)
4) O Morro dos Ventos Uivantes - Emile Bronte
5) Dom Casmurro - Machado de Assis
6) Cinco Minutos - José de Alencar
7) Ensaio sobre a Cegueira - Saramago
8) 1984 - George Orwell
9) Doutor Jivago - Boris Pasternak
10) O Apanhador no Campo de Centeio - J. D. Salinger
11) Grande Sertão: Veredas - Guimarães Rosa
12) O pequeno príncipe - Antoine de Saint-Exupéry
13) Madame Bovary - Gustave Flaubert
14) O Pagador de Promessas - Dias Gomes
15) O nome da Rosa - Umberto Eco
16) Vidas Secas - Graciliano Ramos
17) Olhinhos de Gato - Cecília Meireles
18) A Hora da Estrela - Clarice Lispector
19) O Cortiço - Aluísio Azevedo
20) Triste Fim de Policarpo Quaresma - Lima Barreto

Olhai os lírios do campo

Eu estava envolvida com "Crime e Castigo", uma obra de dois volumes e 600 páginas. Bastante empolgada, na verdade. Mas eis que o Samuel (maridão) veio me visitar aqui no Rio e trouxe alguns livros do Erico Verissimo. Sem interromper Dostoievisky, iniciei a leitura de "Olhai os Lírios do Campo".

Não consegui mais parar. A primeira parte do livro, onde é apresentado o "Eugênio", é instigante. Erico Verissimo mescla passado com presente, e traz a infância e adolescência do personagem junto com a angústia dele de chegar até "Olívia" que se encontra gravemente doente.

Porém não senti a mesma intensidade na segunda parte. O autor filosofa seguidamete, deixando a leitura meio monótona. O então médico Eugênio vive uma crise existencial e muda radicalmente a sua vida e seus valores, ao assumir a paternidade e a profissão.

Excelente livro, mas o próprio Veríssimo reconhece que a Olívia é uma personagem que não existiria na vida real. Concordo com ele. Abaixo segue a transcrição do prefácio do livro.

Com a publicação de Olhai os Lírios do Campo operou-se uma mudança considerável em minha vida. O romance obteve tão grande sucesso de livraria, que se esgotaram dele várias edições em poucos meses, deixando editores e escritor igualmente satisfeitos e perplexos. Tamanha foi a influência desse livro no espírito de certos leitores, que ele teve a força de arrastar consigo os romances que o autor publicara até então em tiragens modestas que levavam quase dois anos para se esgotarem.
Posso afirmar que só depois do aparecimento de Olhai os Lírios do Campo é que pude fazer profissão da literatura.
Como explicar o êxito desse livro? Talvez se deva à sua natureza romântica e ao fato de ter uma "intriga". Olívia transformou-se numa espécie de ídolo dum vasto público, feito principalmente de mulheres. Suas cartas passaram a ter para muita gente um sabor evangélico.
Confesso, entretanto, que não tenho muita estima por esse romance. Acho-o hoje um tanto falso e exageradamente sentimental. Sua popularidade às vezes chega a me deixar constrangido.
Vejamos claramente o que tenho contra ele. Para principiar, a construção. A primeira parte é intensa e cheia dum interesse que jamais enfraquece. Na segunda, porém, esse interesse declina, e a história se dilui numa série de episódios anedóticos sem unidade emocional. Eu mesmo já tratei de justificar esse defeito dizendo que a vida no fim de contas é assim, isto é, não se trata de algo simétrico e arrumado como nos romances bem-feitos. A verdade é que nem eu mesmo consegui aceitar avalidade de meus próprios argumentos.
A dedicação, o altruísmo e a nobreza de Olívia me parecem inumanos. Não convencem. Pouco convincente também é a covardia de Eugênio. A cena em que o vemos a fazer a sua primeira operação, do ponto de vista da mera redação, está razoavelmente bem feita; do ponto de vista da verdade psicológica, porém, é um absurdo. Um homem de estômago fraco e que tem horror ao sangue jamais se dedicaria à cirurgia e, se se dedicasse, com o tempo acabaria por habituar-se a cortar a carne dos pacientes sem que isso lhe provocasse arrepios, náusea ou medo. Acaso não teria ele, como estudante, freqüentado o necrotério e os ambulatórios da Santa Casa?
Ao dar com Florismal, na última releitura que fiz de Olhai os Lírios do Campo, lembrei-me do Cuca Lopes de O Tempo e o Vento. (A parecença, no entanto, é meramente física.)
O pavor de Eugênio ao despertar no quarto escuro do internato numa noite de tempestade (Quem sou? Onde estou?), havia de repetir-se muitos anos mais tarde em O Continente, com Bolívar Cambará na sua noite de angústia, na véspera do enforcamento do negro Severino.
Como Bolívar, o Mr. Tearle de Olhai os Lírios do Campo vivia assombrado pela lembrança dum homem que matara na guerra.
E, como muitas de minhas personagens em diversos romances, Eugênio sente quase todas as emoções no estômago, na forma duma náusea.
Há em Olhai os Lírios do Campo uma filosofia salvacionista barata que me faz perguntar a mim mesmo como pude escrever tais coisa, mesmo levando-se em conta o fato de ter atribuído essa filosofia a personagens do livro.
Não posso, no entanto, afirmar que o romance me desagrade de princípio a fim. Encontro nele páginas que ainda hoje me comovem e parecem das melhores dentre quantas este autor haja escrito en su perra vida, como diria Don Pepe García. Entre elas destaco a cena em que Eugênio à hora do jantar encara o pai, depois de ter fingido não conhecê-lo na rua àquela tarde; e a da visita do mesmo a Florismal, que está à morte num leito da Santa Casa de Misericórdia; e ainda muitos dos diálogos entre Olívia e Eugênio.
Talvez Olhai os Lírios do Campo deva ser considerado mais uma parábola moderna na forma de romance do que um romance propriamente dito.
Seja como for, aqui está o livro, com algumas correções no que diz respeito à linguagem.
Se a história deu prazer a tanta gente (a julgar pelos milhares de cartas que até hoje venho recebendo e por manifestações pessoais de viva voz da parte de incontáveis leitores), não vejo razão para impedir que ela continue a sua carreira.

Erico Verissimo, 1966



Vou vender livro!

Preciso colocar o "Ser Clara" nas livrarias. Tenho um livro de qualidade. Recebi vários elogios, as pessoas estão gostando. Foi lançado em outubro de 2009, mas ainda não teve a divulgação merecida.

Infelizmente não entendo nada de publicidade e muito menos de distribuição de livros. Vou fazer uma tentativa pela internet, afinal de contas é o meio mais acessível e barato. Entretanto para chegar nas prateleiras é preciso um passo mais largo, que estou receosa de dar por puro desconhecimento.

Conto com a coloboração dos amigos com ideias e sugestões. A minha amiga Graciela Mayrink (escritora carioca) me indicou o site Skoob. Muito bacana. Já me cadastrei e estou aprendendo a utilizar a ferramenta. Já utilizo o twitter como forma de divulgação do meu trabalho. Isso sem contar com a minha coluna do Mundo Mulher. Mas sei que tenho que ampliar o leque.

Em relação às livrarias só tenho acesso aqui no Rio e em Brasília. Financeiramente falando não vale a pena me enfiar Brasil a dentro sem um marketing planejado, mas estou sentindo necessidade de fazer alguma coisa. Quem escreve, quer ser lido. Tem muita gente por aí que iria amar o meu livro. Tenho certeza.

Estou com pensamento positivo. Só falta traçar o caminho. Tudo vai dar certo no final.

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Revisão coletiva do meu texto

Na última aula do curso com o Moacir C. Lopes levei uma crônica para ser analisada. Sou uma péssima revisora dos meus próprios textos, mas mesmo assim li e reli umas mil vezes. Imprimi, tirei xerox para os colegas e levei para sala de aula.

Muito nervosa, entreguei uma cópia para cada colega. O professor fez a leitura em voz alta, e eu mesma fui vendo o monte de bobeira que tinha escrito. Erros de digitação, de grafia, de concordância. Fiquei tremendo, minha mão suava e não pude deixar de sentir vergonha.Os colegas davam suas opiniões e eu escutei a tudo angustiada.

Se eu disser que foi bom, estou mentindo. Mas também não posso dizer que foi ruim. Pela primeira vez tive críticas técnicas. Ninguém me disse que era "bonitinho" ou "divertido". Falaram de verdade o que achavam, e no final das contas o saldo positivo.

Ponho aqui o texto, após as devidas alterações.

Dezoito anos
Por Janaina Rico

Se eu tivesse um super poder neste momento eu voltaria no tempo. Mas não em um momento qualquer. Seria para exatamente quando eu tinha dezoito anos.
Regressaria determinada a mudar tudo. Começando por mim mesma. E não permitiria que ninguém dissesse o que tinha que fazer ou deixar de fazer. Para onde tinha que ir ou não poderia ir. Simplesmente acreditaria em mim e nos meus planos e não daria a ninguém  a oportunidade de dizer que eu não estava certa.
Iria a festas. A todas as festas a que me convidassem. Nos mais variados lugares e horários, com o mais extenso leque de convidados. Festas de todas as tribos e grupos. Festas, festas e mais festas sem nenhuma restrição.
Seria dona do meu nariz e não aceitaria qualquer pessoa resolvendo os rumos que deveria seguir. Só caberia a mim a decisão de ir para o norte ou para o sul. Arcaria com as minhas decisões pois só eu as teria tomado.
Se tivesse novamente dezoito anos, me daria todas as chances que alguém deve ter aos dezoito anos. E viajaria, e conheceria o mundo, e estudaria teatro, literatura, música. E tocaria violão, banjo, cavaquinho. E iria para lual em toda noite de lua cheia. E dançaria em volta de uma fogueira quando estivesse com frio.
Faria amigos, pois não ia deixar que ninguém me ensinasse a ter medo de gente. Daria chances às pessoas pois só assim teria chances. Cresceria com os meus amigos para ficarmos juntos por toda a vida, lembrando de quando tínhamos dezoito anos.
A vida seria boa, como deve ser aos dezoito anos. Não permitiria que arrancassem de mim a liberdade da juventude. Protestaria contra as injustiças, faria passeatas, reinvindicações, discursos. Com a certeza de que estaria construindo um mundo melhor, mais gostoso.
Viveria muito, intensamente, pulsantemente. Acreditaria em mim e faria a diferença, sendo alguém de quem me orgulhasse. Me olharia alegre no espelho, com prazer, gostando da imagem refletida. Por isso, sorriria muito, para mim e para o mundo, com a certeza de que todos gostavam de mim.
Ah, se eu tivesse novamente dezoito anos a vida seria de cor e de arte, com luz e alegria, sem gente amarga amargurando a minha vida. Teria me afastado de qualquer um que não quisesse me fazer crer que eu não era bonita, que não era inteligente, que não era bacana, pois se tivesse novamente dezoito anos, seria inteligente, bonita e bacana como ninguém mais poderia ser.
Namoraria muito, daria beijos apaixonados, faria amor em todos os lugares que quisesse. Carregaria comigo a bandeira da felicidade e da paixão, não permitiria jamais que alguém a tirasse das minhas mãos. Seria a porta bandeira de tudo que há de mais belo.
Se tivesse novamente dezoito anos construiria uma vida plena, absoluta, feliz. Mas acontece que não tenho nenhum super poder. E não vou voltar no tempo. E os meus dezoito anos não voltarão nunca mais.

quarta-feira, 19 de maio de 2010

Flávio Carneiro

Vou colocar aqui o e-mail que o Flávio Carneiro me mandou, em relação à postagem "Paulo Coelho", onde eu comento o texto "A Ficção Falsa".


Oi, Janaina,
 
não tem problema nenhum você discordar do que eu disse, imagina. Só acho que a questão não é bem essa. Não acredito que vender muito seja critério de qualidade. Macedo e Aluísio eram muito mais populares do que Machado e nem por isso eram melhores do que ele. Paulo Coelho deve ter qualidades sim, mas não como ficcionista e sim como escritor de livros de autoajuda. Foi isso que disse no ensaio, que há muita ficção falsa por aí, muito livro doutrinário que passa por literatura de ficção.
Abraços,
 
Flávio

Criatividade bombando!

Não sei se acontece com muitas pessoas, mas eu nunca tenho uma ideia sozinha. É assim: quando eu penso em fazer uma coisa, junto vem a vontade de fazer mais duas. E lógico, que isso não deixaria de acontecer agora.

Estou finalizando o meu romance "Só Ana". O grande problema é que cada vez que eu o releio, altero o texto todo. Joana, uma amiga nova do curso de Dramaturgia e Roteiro, disse que um texto a gente nunca finaliza e sim, abandona. Ainda não consegui abandonar o "So Ana".

Entretanto, tive uma luz para um roteiro teatral que ficou me azucrinando por duas madrugadas seguidas. Por conta dessa "revelação" estou sem encostar o dedo em Dostoievisky e em "Só Ana". Ainda não tenho um nome para o meu roteiro, e também não consegui abandoná-lo.


E hoje acordei com outra inspiração. Não quero trabalhar nem no roteiro nem no romance neste momento. Estou com um conto na cabeça. E o pior é que se eu não escrever ele agora, o texto irá se perder no meio dessa minha cabeça tão confusa.

Mas posso confessar uma coisa? Estou amando a explosão de criatividade. Tomara que fique assim por muito tempo, e que eu consiga só um pouquinho de organização para terminar os projetos começados.

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Dramaturgia e Roteiro

É muito gostoso quando a gente vê que as portas não estão apenas se abrindo, e sim se escancarando na nossa frente.

Felicidade é meu segundo nome no momento. Estou tendo a grata oportunidade de participar de um curso de Dramaturgia e Roteiro com ninguém menos que Regiana Antonini. Só para dar dimensão da minha alegria, segue o currículo da minha nova professora:


Atriz, autora e diretora teatral. Ganhou PRÊMIO SHARP DE MELHOR AUTORA 96 pelo texto Futuro do Pretérito, dirigido por Marcelo Saback e encenado pela atriz Lilia Cabral. É autora também: “Aonde Está Você Agora?", “Solteira, Casada, Viúva, Divorciada",  (ESQUETE "Divorciada"); “Banheiro Feminino”; “Orgasmo Telepático” (os dois dirigidos por ela) Cinco Vezes Comédia  (ESQUETE: "Mulheres que Comem Bem"), Cleópatra, “O Filho da Mãe" (em cartaz no Teatro Ipanema); e os infantis: “Branca Como a Neve", "Pinóquio", "Fofíssimas Ladys Show" – com Cláudia Rodrigues.
Escreveu para o programa Você Decide, Sai De baixo, Brava Gente e atualmente escreve para o programa  Zorra Total.
Tem dois livros editados: “Delírios de Uma Vaga Insônia” e “Aonde Está Você Agora ?". Tem mais três livros para serem editados: “Apesar Desses Seus Olhos Tristes ”, “Viagem ao Planeta Mãe ” e “O Livro   do Amor”.
Projetos de teatro em andamento: “O Chá das Cinco”, “E o vento vai levando tudo embora” – continuação do seu texto “Aonde está você agora?”, “Compulsão”, Alguém Entre Nós, Doidas e Santas – adaptação do livro de Martha Medeiros com Cissa Guimarães e direção de Ernesto Piccolo.


O primeiro encontro com o grupo foi maravilhoso! Pessoas muito talentosas e cheias de inspiração. Estou nas nuvens. Encontrar-me-ei com eles todas as segundas, na sede da Companhia de Teatro Contemporâneo. Bom demais!

sábado, 15 de maio de 2010

Paulo Coelho

Hoje nos meus estudos, li um texto chamado "A ficção falsa" do crítico literário Flávio Carneiro. Aliás, recomendo. Quem quiser lê-lo, está no site www.flaviocarneiro.com.br

Flávio diz no seu artigo:
"Não gosto de Paulo Coelho porque gosto da literatura. Não gosto de Paulo Coelho porque, como Bartolomeu Campos Queiroz, acredito que a 'fantasia é o que há de mais íntimo em nós' , e não posso gostar de ver alguém vendendo intimidades pré-fabricadas". 

Eu nunca li Paulo Coelho, e nem preciso. Já sei que não gosto. Mas acho um pouco forte dizer que não se pode gostar dele porque se gosta da literatura.Os livros do sujeito vendem como água. O autor é conhecido no mundo todo. Gostem os críticos ou não. Então algum valor seus livros devem ter.  


Acredito que em qualquer tipo de arte há espaço para todos. No cinema por exemplo, não há que se comparar um clássico como Cinema Paradiso com Missão Impossível. Contudo, dependendo do momento, a segunda opção pode ser muito mais divertida. 


Na literatura existe um preconceito muito grande com algumas vertentes. Qual o problema de se fazer livros de entretenimento? Eles são menos literatura que os outros? Muito se critica a denominada "literatura de mulherzinha", contudo esquecem que Machado de Assis escrevia para mulheres, no que poderia ser considerado uma "literatura de mulherzinha" da sua época. 


Na minha visão de leitora, o grande problema de Paulo Coelho está naquela auto ajuda de botequim, psicologia barata. Entretanto, se há milhares de pessoas que gostam, paciência. Tiro o chapéu para ele. 


Não acho que exista livro ruim. O que existe é o leitor certo para cada livro. Mas cá para nós, ainda bem que não sou eu a leitora certa do Paulo Coelho.

sexta-feira, 14 de maio de 2010

O ato de criar

"O ato de criação obedece a um impulso mágico, um estado de divindade, é individual, solitário, a extrapolação do mundo restrito e prático do autor para um universo de amplitudes que nem ele mesmo pode controlar; evade-se de sua própria condição humana e mergulha num tempo e num espaço que atingirão dimensões tão vastas quanto seu talento e sua imaginação sejam capazes de abranger". Moacir C. Lopes

Das artes, talvez a literatura seja a mais solitária. No teatro, na música, nas artes plásticas, no cinema, o artista pode agrupar de uma só vez diversas pessoas para admirarem o seu trabalho. Com livros isso não ocorre. O escritor, por sua essência, está sozinho no momento da criação. E o leitor também estará sozinho na hora da leitura.
   
O ato de criar, para mim, é uma junção de prazer e sofrimento. Amo escrever. As palavras saem involuntariamente. Quando escrevi o "Ser Clara" vivi um surto. Me misturava com a história sem perceber e sentia uma emoção gigante que foi se intensificando a medida que eu me aproximava do final. Nos dias seguintes ao término, vivi um vazio. Parecia que estava faltando alguma coisa no meu corpo. Mas eu já tinha dado vida aos meus personagens, e não tinha como voltar atrás.

O sofrimento veio depois. O medo de que as pessoas não gostassem do meu livro. A minha criação para mim é como um filho. Eu sei de todos os defeitos que tem, mas não quero ouvir ninguém os listando. E junte-se a isso a vergonha de as pessoas saberem o que se passou na minha cabeça para produzir aquela obra. Um livro é uma bolinha de cal, que o autor vai moldando à sua maneira.

E estou novamente vivendo essa explosão de sentimentos. Meu livro novo está se desenhando na minha frente, e as personagens estão me dominando. Não tenho conseguido dormir. E como estou lendo muito, minha mente se funde no que eu leio e no que eu escrevo, me fazendo andar assim, meio que flutuando, sem conseguir concatenar as ideias. É muito gostoso.

Meu maior desejo é que as pessoas sintam ao me ler o mesmo prazer que eu senti ao escrever. Meu objetivo terá sido alcançado.

quarta-feira, 12 de maio de 2010

Uma base bem sedimentada

Estudando pelo livro "Guia Prático de Criação Literária", de Moacir C. Lopes, me deparei com o seguinte parágrafo:

"Como, para estudar Direito, tem-se de começar pelo Código de Hamurábi e o Direito Romano, para se tornar engenheiro são necessárias noções de estrutura e argamassa, eu achava que para a aventura de escrever uma peça de ficção era necessário conhecer o que havia sido feito antes de mim, ler pelo menos uma parte dos grandes mestres da literatura universal, indagar por que se tornaram mestres". 

Ler é um grande barato! Na verdade, acho que é um dos maiores prazeres que eu tenho. Comecei a ler muito cedo e sempre gostei. Na época do colégio, adorava as aulas de literatura. Quando fiz cursinho para prestar o vestibular, fiquei tão empolgada com alguns dos professores que quase troquei o Direito por Letras. Pensando friamente hoje, acho que teria sido uma decisão acertada.

Mas quando a gente se mete a escrever, a forma da leitura tem que mudar um pouquinho, e eu só fui me dar conta disso agora. Precisamos fazer uma análise crítica, absorvendo o que o autor quis realmente passar, qual o seu estilo e tentando captar sua motivação.

Devorei Gabriel García Marquez de uma forma muito mais intensa do que o teria feito há um mês. Prestei atenção nos seus detalhes e na sua riqueza. Estou fazendo o mesmo agora com Dostoievisk, e ainda tenho uma lista de dezoito autores a cumprir.

Minha esperança é poder captar tudo o que tiver de melhor em todos os livros que passarem pelas minhas mãos a partir deste estudo, para que eu possa proporcionar a quem me lê a mesma alegria que eu sinto quando leio livros de qualidade.

terça-feira, 11 de maio de 2010

Cem Anos de Solidão - Gabriel García Marquez

O cara que recebe o Nobel de literatura não pode ser fraco! E Gabriel García Marquez demonstrou isso com clareza em Cem Anos de Solidão (Cien Años de Soledad).

A obra, considerada uma das mais importantes da literatura latino-americana me envolveu, me encantou, me hipnotizou. Sou obrigada a usar a frase clichê dos escritores, mas é o livro que eu gostaria de ter escrito. E é o livro que eu mais gostei de ler.

Confesso que em algumas passagens ele se tornou meio confuso aos meus olhos. Um monte de Aurelianos, José Arcadios e Amarantas algumas vezes me confudiram e eu tinha que voltar na história para me situar. Sorte a minha que eu só leio com um lápis, marcando tudo que acho importante. Facilitou a compreensão e recomendo para quem vai iniciar a leitura.

Mas o enredo é perfeito. Passei duas noites sem conseguir dormir, querendo saber de Macondo e da família Buendía. Criei um carinho muito especial por Úrsula, que foi a mais inteligente em todo livro. Não me identifiquei com nenhum personagem, e fiquei muito feliz por isso, pois Gabriel García Marquez retrata em seu realismo fantástico seres que prefiro que só existam nas páginas de um livro, mesmo sabendo que no nosso mundo estão todos habitantes daquela aldeia.

No último capítulo me arrepiei de emoção, que foi crescente e me fez chegar na última palavra com lágrimas nos olhos. Não somente pela história, mas principalmente pela felicidade de saber que o ser humano é capaz de inventar algo tão sensível como Cem Anos de Solidão.

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Macondo me hipnotizou

Hoje eu só sai de casa para movimentar o corpo por pura necessidade. Minha vontade era passar o dia inteirinho jogada na cama, lendo. Muito a contragosto, coloquei uma legging e um tênis e fui caminhando até a Casa de Cultura Laura Alvim. É um espaço bem legal, em Ipanema. que tem cursos, teatro, cinema e exposições. Eu tinha visto na internet que tinha curso de literatura, mas quando cheguei lá me deram uma tabelinha com a lista de cursos e no momento não havia nenhum de literatura. Os que estão tendo agora são:

- Oficina de teatro para atores profissionais com Suzana Kruger
- Oficina de teatro para iniciantes com Suzana Kruger
- Oficina de teatro para atores intermediários com Suzana Kruger
- Atuação teatral nível intermediário com Daniel Herz
- Interpretação para atores com Daniel Herz
- Atuação teatral para atores profissionais com Daniel Herz
- Atuação teatral para iniciantes com Daniel Herz
- Clássicos do teatro com Mariozinho Telles
- Oficina teatral com Daniel Terra
- Teatro para crianças com Maria Rita Resende
- Oficina de História em Quadrinho com Luiz Carlos dos Santos
- Artes Visuais com Ricardo Simões
- Pintura Óleo sobre Tela com Lea Ventania
- Papier Maché com Lygia Torres
- Oficina de grafite com Pamela Castro
- Escultura, abstração e arte conceitual com Cláudio Aun

Viu, isso é que é bacana aqui no Rio. Aqui existe a valorização da cultura. Pessoas vivem de arte, coisa que em Brasília é quase impossível. O endereço, para quem se interessar, é Avenida Vieira Souto, 176 - Ipanema.

Mas, voltando ao livro Cem Anos de Solidão... Ainda faltam umas trinta páginas. A minha vontade era de só escrever quando terminasse de ler, mas como já está tarde estou com medo de só terminar de madrugada e eu não fazer a minha postagem de hoje.

Então amanhã, sem falta, falarei sobre os Buendía e Macondo, e como eles me hipnotizaram! Nem vou escrever mais nada pois estou agoniada para voltar a ler.


Até!

domingo, 9 de maio de 2010

Lendo, lendo, lendo...

Hoje passei o dia enfiada no apartamento lendo. Está chovendo muito de forma que não sai nem para a caminhada. Só desci na hora do almoço, para comprar um sanduíche de carne assada.

Comecei ontem a ler Cem Anos de Solidão, do Gabriel García Marquez. Já passei da metade, e pelo andar da carruagem acho que termino até amanhã.Quando eu chegar ao fim coloco aqui minhas impressões.

Estou esquisita, um tanto tristinha, pois eu nunca tinha passado um dia das mães longe do meu filho. A vida é feita de sacrifícios, mas tenho certeza que tudo será recompensado.

De qualquer forma, um feliz dia das mães para todas as mamães, e em especial para a minha.

sábado, 8 de maio de 2010

Rio, seu mar, praia sem fim...

Ontem eu estava a fim de dar uma caminhada pela manhã. Preciso mover o corpo para oxigenar a cabeça. Olhei no google maps e descobri que estou hospedada perto do arpoador. Coloquei meu tênis, passei o protetor solar e me mandei.

Se eu fosse seguir o que o google maps me indicava, acho que eu não conseguiria ir nem na esquina, mas logo que cheguei no calçadão vi uma gigantesca placa indicando o caminho do Arpoador e do bairro de Ipanema. Desse jeito ficou fácil.

Seguindo pelas ondas feitas em quadrinhos pretos e brancos que estampam milhares de cangas espalhadas no país, cheguei ao final do bairro de Copacabana. Tem uma feirinha de peixes e um museu da marinha. Vou com calma depois visitar esse museu. Quase que eu desisti ao passar dali, pois vem um monte de prédios e não vemos mais o mar, mas mesmo assim resolvi continuar no caminho que a placa de trânsito indicou.

Mais umas passadas e estava em frente ao Parque Garota de Ipanema. Como eu tinha visto este ponto de referência na internet, vi que estava no caminho certo. Segui meu rumo.

Daqui a pouco fiquei sem ar. Vi uma imensidão de água azul, com montanhas ao longe, e reconheci o Arpoador à minha esquerda. Eu já tinha visto muita coisa bonita em toda minha vida, mas nada que se aproximasse com aquilo.

Eu já conhecia o Rio. Já tinha ido em Copacabana e em já tinha ido em Ipanema. Mas ainda não tinha visto a divisa dos dois. Que espetáculo da natureza! Deus estava muito inspirado quando resolveu criar aquilo ali. É perfeito, inspirador, mágico.

Me animei e caminhei por mais de duas horas. Fui até o posto 11, passando por barracas que ensinam a jogar vôlei, outras com bandeira gay, e muitas que informavam que os atendentes sabiam falar inglês. Estar no Rio é estar no que há de mais belo. As pessoas que faziam seu cooper matinal exalavam beleza. Os cariocas, os estrangeiros, os turistas nacionais, todos... A beleza do lugar contagia as pessoas. Aqui o povo caminha rindo! A impressão que eu fiquei é que todo mundo tem plena consciência de estar em um dos lugares mais bonitos do mundo.

Só poderia ser aqui o lugar dos artistas do nosso país. Para mim está tudo explicado. É impossível não querer fazer arte quando se está dentro de uma obra de arte como o Rio de Janeiro.

sexta-feira, 7 de maio de 2010

Começou de verdade!

Agora acabou a gracinha. Ontem começou o curso e eu tenho que mostrar para que foi que eu vim!

Encontrar a Estação das Letras foi muito fácil. A estação do metrô (Ipanema/General Osório) fica aqui bem pertinho de casa. Desço na estação Flamengo que é do lado do curso. Mais tranquilo impossível! Na ida o trem estava super vazio. Na volta, por conta do horário (19:00h.) estava um pouquinho mais cheio, mas nada que assustasse.


A dona de lá é um doce de pessoa, Suzana Vargas. Eu fui mais cedo já que não conhecia o trajeto e ainda tinha que fazer a inscrição, e ela ficou batendo papo comigo e com o professor. O nome dele é Moacir Lopes. Ele é fera! Autor de diversos livros, sendo um deles "A ostra e o vento" que foi adaptado para o cinema. Vale a pena dar uma olhadinha no site dele (http://www.moacirclopes.com.br).

A aula de hoje teve como tema "o autor e seu universo". Achei um barato a forma com que o Professor falou de diversos autores. Ele é uma biblioteca ambulante. Ele nos entregou uma "esférica ideológica" onde nos faz ver que todo texto se inicia como uma viagem! Show de bola!

Tenho que ler, ler e ler. Sempre fui uma leitora compulsiva. Leio initerruptamente. Quando começo um livro não consigo fazer mais nada até chegar no final. Mas confesso que sempre fui relapsa com os clássicos. Talvez por falta de alguém para me orientar no que ler. Agora que tive essa orientação, não tenho mais como fugir.

Fiz uma lista de 20 clássicos para ler ou reler. São eles:

1) Dom Quixote - Miguel de Cervantes
2) Cem anos de solidão - Gabriel Garcia Marquez
3) Crime e Castigo - Dostoiévski
4) O Morro dos Ventos Uivantes - Emile Bronte
5) Dom Casmurro - Machado de Assis
6) Cinco Minutos - José de Alencar
7) Ensaio sobre a Cegueira - Saramago
8) 1984 - George Orwell
9) Doutor Jivago - Boris Pasternak
10) O Apanhador no Campo de Centeio - J. D. Salinger
11) Grande Sertão: Veredas - Guimarães Rosa
12) O pequeno príncipe - Antoine de Saint-Exupéry
13) Madame Bovary - Gustave Flaubert
14) O Corcunda de Notre-Dame - Vitor Hugo
15) Os Três Mosqueteiros - Alexandre Dumas (pai)
16) Vidas Secas - Graciliano Ramos
17) O Tempo e o Vento - Érico Veríssimo
18) A Hora da Estrela - Clarice Lispector
19) O Cortiço - Aluísio Azevedo
20) Triste Fim de Policarpo Quaresma - Lima Barreto


Sei que a lista está caprichada! O problema é comprar todos eles. Com essa coisa de vir para o Rio, fazer curso, me bancar, a grana está curta. A solução que achei foi pedir para os meus parentes e amigos mais próximos que me ajudassem a comprar, já que meu aniversário é no próximo dia 22. Mas se você, que está me lendo agora quiser dar uma mãozinha e um presente de aniversário, ficarei muito agradecida!


De qualquer maneira, para a próxima aula eu tenho que ler os capítulos I e II do livro utilizado no curso (Guia Prático de Criação Literária, de Moacir C. Lopes), e escrever uma crônica para ser lida. O professor e os outros alunos vão ler e críticar. Ai que medo!


Sendo assim, vou colocar a mão na massa.

quinta-feira, 6 de maio de 2010

Alô, alô, responde...

Tem certas coisas que acontecem nesse nosso país que tira qualquer um do sério...

Ontem de noite eu saí para telefonar em um orelhão para o Luiz ( meu filho). Desci e fui procurar um telefone público. Achei daqueles que ficam 3 no mesmo poste. Coloquei o meu cartão telefônico no primeiro, e quando fui tentar discar vi que estava quebrado. Ok, fui para o outro, e também estava quebrado! E o terceiro idem!

Fui andando procurar por outros telefones e passei por nada mais, nada menos do que 12 orelhões quebrados!!! Isso mesmo, você não leu errado: DOZE ORELHÕES QUEBRADOS!

Copacabana é um dos locais mais famosos do Brasil. Altamente turístico, com gente do mundo todo que quer conhecer as belezas naturais do Rio de Janeiro. E não se encontra um telefone público funcionando? Como é que o gringo faz para telefonar se não tiver um celular habilitado no Brasil? Todo mundo é obrigado a ter um celular? E a própria população daqui, os moradores do bairro? Eles nunca precisam de telefone público?

Pedi ajuda de um porteiro de um bloco. Perguntei se ele sabia onde eu achava um funcionando. Ele deu uma risadinha e disse que eu tinha que ter muita sorte. Eu dei. No décimo terceiro consegui telefonar. Mas fiquei com essa pulga atrás da orelha. A culpa é do poder público que não cuida? A culpa é da população que estraga? Ou a culpa é dos dois?

O que eu sei é que eu preciso ligar para Brasília todos os dias. Então vou comprar um chip de celular daqui. Quem não tem cão, caça com gato.

quarta-feira, 5 de maio de 2010

Quem tem amigo, não morre pagão

É como diz aquele velho ditado popular: é melhor ser amigo do Rei do que ser o Rei.

Estou no apartamento de uma grande amiga. Ela mora em Brasília, mas é uma carioca saudosa, e por isso mantém o imóvel aqui, para passar férias. Fica em Copacabana e apenas duas ruas me separam da praia. Já dei voltas pelo quarteirão e vi que tem tudo o que eu preciso, bem pertinho de mim. Padaria, supermercado, farmácia, restaurante. Também tem boteco, mas eu juro que vou tentar não frequentá-lo.

Achei bacana que recebi um monte de e-mail, sendo a maioria de gente que eu não conheço, comentando o post anterior. Eu não entendo o motivo de as pessoas não comentarem diretamente no blog, mas reconheço que fiquei feliz com a resposta. As vezes fico meio angustiada com o fato de não ter respostas. Parece que estou escrevendo para o vento e que as únicas pessoas que estão acompanhando as besteiras que eu escrevo são a minha mãe e o Samuel. Mas estou sempre sendo surpreendida com novos leitores e fico imensamente feliz com isso.

Recebi alguns conselhos para não abrir tanto a minha vida. Mas sou transparente demais para fazer tipo. Não sou capaz de guardar um segredo e só posso escrever sobre aquilo que vivo. Claro que quando estou fazendo uma ficção a coisa é diferente, solto a imaginação. Só que aqui é a minha vida e não tenho como fantasiar ou esconder. "Eu nasci assim, eu cresci assim"...

É isso aí! Agora é hora de trabalhar e meter as caras no livro novo! Deixa eu abrir o word. Amanhã a gente conversa mais.

Beijos!

terça-feira, 4 de maio de 2010

Tô indo pro Rio

Minha maior angústia neste momento da minha vida é o fato de não ter uma máquina fotográfica.


Calma, não sou nenhuma louca consumista que precisa comprar coisas para ser feliz. É que estou indo para o Rio de Janeiro e sei que terei acesso a tantas imagens, cores e pessoas que será impossível guardar todas as lembranças na minha cabeça


Estou com trinta anos. Já fiz um monte de coisas: conheço todas as regiões do Brasil e dois países estrangeiros; escrevi um livro; passei em concurso público; cursei uma faculdade; tive filho; sofri aborto; casei; descasei; casei de novo; traí; fui traída; plantei árvore; salvei vida; vi gente morrendo; vi gente nascendo; acampei; pulei de cachoeira; andei de montanha russa; fiz teatro; fui figurante em novela; passei carnaval em Salvador e Olinda; fui em praia de nudismo; fiz amor na praia; pintei o cabelo de loiro, preto, ruivo; usei cabelo longo; usei cabelo curto; raspei a cabeça; usei coturno; já fui magra; já fui obesa mórbida; escrevi poesia; dancei frevo.


Não posso me queixar da vida. No final das contas, sempre dá tudo certo. Tenho uma meia dúzia de pessoas muito bem selecionadas como amigas e um marido que me apóia em tudo, e eles acompanham as minhas novidades que nunca param. Resolvi ter mais uma para contar.

Tô indo fazer um curso de "Como Escrever Um Romance". Parece que isso por si só não tem graça nenhuma. Mas existem alguns fatores aí no meio que deixam a brincadeira interessante.

A primeira delas é que vou morar lá, sozinha, por dois meses. Nunca morei sozinha. Sempre tive alguém para cuidar de mim. Sou uma criança grande até hoje, que esquece de comprar sabonete ou papel higiênico, mas é porque sei que sempre tem alguém que compra para mim. Começo com o desafio de administrar minha própria vida.


Em segundo lugar estou encarando de verdade essa coisa de ser escritora. Chega de fingir que eu escrevo. Vou assumir a minha condição de escritora, estudar para isso, ver a coisa profissionalmente. Sei que o país não colabora, mas se é isso que eu quero, o país que se adapte a mim, oras! Não posso mais ser amadora no que eu amo fazer. Quero ser profissional.


E, em último mas não menos importante, quero aproveitar a empreitada para fazer uma faxina espiritual. Quero limpar a alma de rancores, mágoas e chatices. Vou exorcizar os meus demônios com papel e caneta (na verdade, com o teclado do meu computador). Tem gente que faz terapia com psicólogo. Eu vou fazer comigo, através de uma imersão em mim, de uma análise profunda e criteriosa dos meus pensamentos.


Acredito que quem escreve, quer ser lido. Por isso estou criando este novo blog. O antigo continua lá, falando de tudo o que me der na telha (http://janainarico.arteblog.com.br). Aqui eu quero falar dessa minha experiência de me tornar uma escritora de verdade, com a vantagem de ser na linda cidade do Rio de Janeiro.


Agora, vou desligar o computador e tomar um banho para me arrumar e ir para o aeroporto.


Boa sorte para mim na nova jornada.